terça-feira, 15 de abril de 2008

VIH/SIDA



A pedido do Raul do blog Sidadania:

O SIDADANIA, convida-o a participar num debate sobre os primeiros tempos na vida de um infectado pelo vírus da SIDA.

Escreva um texto, ou copie um texto publicado noutro blog e coloque-o no seu blog. Faça parte deste projecto que tem como missão ensinar e preparar as pessoas para quando uma adversidade lhes bate à porta, poderem agir sem dramas, sem traumas e sem apontar o dedo culpado, para ajudar aqueles que precisam de si naquele momento.

A solidariedade passa, por aprendermos a ajudar aqueles que precisam do nós, quando a vida lhes passou uma rasteira e estão num beco aparentemente sem saída para eles.

Lembre-se, que ninguém tem um escudo protector, e que não está isento de um dia sob a forma de SIDA, ou de outra patologia qualquer, a adversidade pode-lhe bater à porta.

É preciso estarmos preparados Participe, junte-se a nós.

Um Abraço do Raul


Aqui vai o meu testemunho:

Durante a minha licenciatura em psicologia tive algumas (poucas) cadeiras que falaram sobre o VIH/SIDA e sobre as suas implicações psicológicas.
Quando iniciei o meu estágio académico no final do curso senti que estava bem informada e preparada para lidar com esta realidade. Pura ilusão!
O meu primeiro contacto com um doente VIH foi estranho e assustador. Ele era toxicodependente e estava num programa de desintoxicação. Na realidade senti um medo enorme de ser contagiada pelo “ar” pelo “aperto de mão” um simples espirro era capaz de me por completamente alerta e em pânico... Dei comigo a pensar de forma estereotipada e preconceituosa. Senti um medo completamente irracional já que eu sabia que o VIH não se transmite desta maneira. Eu sabia-o mas ao mesmo tempo “não sabia”. Pela primeira vez senti que existe uma grande diferença entre ter o conhecimento da informação e o estar racionalmente consciente dela.
Nessa altura percebi também que sabia muito pouco sobre esta doença.

Se quem está informado e estudou (um pouco) sobre a SIDA sentiu medo, o que é o comum dos mortais que não está informado sentirá?

Acredito que só superei o meu medo através do convívio directo com doentes. Aprendi muito com os infectados e afectados pelo VIH.
Durante o estágio investiguei mais sobre o assunto e fiz uma pequena formação na área da SIDA. Mais tarde resolvi inscrever-me no Mestrado VIH/SIDA da Universidade Católica e ampliar ainda mais o meu conhecimento.

Quando vejo noticias que crianças são impedidas de frequentar a escola ou pessoas que são despedidas (como o recente caso do cozinheiro do hotel Sana) por estarem infectadas sinto que ainda há muito a fazer nesta área. Nunca antes outra doença causou tamanho nível de agressão social por parte da comunidade como o VIH/SIDA.

Contudo apesar de todas as campanhas de prevenção em Portugal os dados epidemiológicos colocam-nos num lugar preocupante na hierarquia dos países europeus.
Só em Portugal foram notificados até 30 Junho de 2007, 31.677 casos (valor acumulado) de infecção VIH/SIDA nos diferentes estádios da infecção.

Tendo em conta estes dados prevê-se que a SIDA continue nos próximos anos a ser um grave problema de saúde pública em Portugal. Por este motivo foi considerada uma área de actuação prioritária no Programa do XVII Governo Constitucional encontrando-se inscrita no Plano nacional de Saúde.

De acordo com os dados do EUROHIV relativos a 2005, Portugal foi a seguir à Estónia, o segundo país com maior número de novos casos de VIH notificados durante o ano de 2005.

Cabe a cada um de nós ajudar a transformar esta realidade...
Todos não somos demais, para alertar e desmistificar a doença ...

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